A UM AUSENTE
Tenho razão de sentir saudade, tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti, de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.
Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar porque o fizeste, porque te foste???
terça-feira, 9 de junho de 2009
Hoje cultivo minha saudade... Saudade de uma mãe querida, especial, e que foi um exemplo...
E, na falta de palavras para expressar meus sentimentos, ousei recorrer a um poeta amigo...
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